Libertando sua criatividade audiovisual
Indígena de origem Goytaca por parte de pai e do povo Tabajara por parte do avô materno, e transexual, Vanessa de Oliveira Ferreira, ou Coropó Saruçu, é a convidada do Podcast André Alves Com-Vida deste mês de julho. No território brasileiro, existem 266 povos com mais de 150 línguas diferentes. Conforme o Art. 231 da Constituição, são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, protegê-las e fazer respeitar todos os seus bens. Atualmente, temos no Brasil o Ministério dos Povos Indígenas, liderado pela ministra Sonia Guajajara. Vanessa é natural do Rio de Janeiro, mas sua ancestralidade é fluminense, goytaca por parte de pai. Sua família tem origem no território de Conceição de Macabu, de onde ela herdou sua etnia. Além disso, tem o avô por parte de mãe, que é oriundo do povo Tabajara, na Paraíba. Seu povo sofreu o primeiro genocídio por guerra biológica das Américas, por isso, sobre cultura, ela sabe através de teses de mestrado, doutorado e estudos antropológicos. O Brasil foi invadido em 1500, tendo seus povos dizimados, escravizados e suas mulheres violentadas. Foi só a partir de 1551 que começaram a chegar Indígena de origem Goytaca por parte de pai e do povo Tabajara por parte do avô materno, e transexual, Vanessa de Oliveira Ferreira, ou Coropó Saruçu, é a convidada do Podcast André Alves Com-Vida deste mês de julho.
No território brasileiro, existem 266 povos com mais de 150 línguas diferentes. Conforme o Art. 231 da Constituição, são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, protegê-las e fazer respeitar todos os seus bens. Atualmente, temos no Brasil o Ministério dos Povos Indígenas, liderado pela ministra Sonia Guajajara. Vanessa é natural do Rio de Janeiro, mas sua ancestralidade é fluminense, goytaca por parte de pai. Sua família tem origem no território de Conceição de Macabu, de onde ela herdou sua etnia. Além disso, tem o avô por parte de mãe, que é oriundo do povo Tabajara, na Paraíba. Seu povo sofreu o primeiro genocídio por guerra biológica das Américas, por isso, sobre cultura, ela sabe por teses de mestrado, doutorado e estudos antropológicos. O Brasil foi invadido em 1500, tendo seus povos dizimados, escravizados e suas mulheres violentadas. Foi só a partir de 1551 que começaram a chegar mulheres em território brasileiro, com o propósito de se casarem com colonos que aqui estavam. Vanessa é uma mulher múltipla. Já foi cabeleireira, é empreendedora, entrou no mundo audiovisual e atualmente trabalha como guia de turismo pedagógico com foco no resgate da história indígena carioca. Entrou no mundo do turismo quando uma amiga manicure foi estudar sobre o tema e disse que era a cara dela, por se comunicar bem. Foi assim que ela investiu na área, mas já tinha em mente que em algum momento iria migrar de função devido à sua transição de gênero. No Brasil, transfobia é crime, mas ainda somos líderes como o país que mais mata pessoas trans. As principais vítimas de transfeminicídio são mulheres trans e pessoas transfeminadas. De acordo com um relatório da Transgender Europe, 96% das pessoas assassinadas em todo o mundo pertencem a esses grupos. Além disso, 58% das pessoas trans assassinadas eram profissionais do sexo. A idade média das vítimas é de 30 anos, com 36% dos homicídios ocorrendo na rua e 24% em suas próprias residências. Como começar a mudar essa realidade? Colocando mais Daniela Balbi e Erika Hilton dentro dos parlamentos. Perguntei à Vanessa: Ana: “Você é indígena e uma mulher trans, e vivemos no Brasil. Como é a sensação de insegurança em um país que mata?” Vanessa: “Nunca tenho a certeza de voltar para casa. Isso é um fato! E tenho que ser estratégica nos caminhos e em tudo que se refere à sexualização do corpo feminino. Evito roupas sensuais e afins. À noite, raramente saio desacompanhada.” Queria convidar você a assistir a este podcast. Vanessa sente medos que atravessam mulheres, pessoas trans, pessoas indígenas, pessoas fora do padrão eurocêntrico. Mas, para além desse medo, hoje ela é uma voz que vai atingir futuras gerações. O mundo ideal seria um mundo sem essas lutas, mas essa não é a realidade em que vivemos.